Cantor gospel Eli Soares está entre vítimas de empresa suspeita de usar leis de incentivo em golpes milionários, diz advogado

  • 23/04/2024
(Foto: Reprodução)
Ex-funcionária diz que empresa recebia até R$ 10 milhões por mês para assessorar projetos. Meekah nega acusações e afirma ser alvo de 'factoides e manifestações de ódio'. Empresa de Campinas de incentivo a cultura é acusada de estelionato por clientes. O cantor gospel Eli Soares, que acumula 1,1 milhão de seguidores nas redes sociais, está entre as vítimas de uma empresa de Campinas (SP) suspeita de aplicar golpes milionários usando leis de incentivo, segundo o advogado Leonardo Girundi. 📲 Participe do canal do g1 Campinas no WhatsApp A empresa era paga para intermediar pedidos de recursos públicos para projetos culturais, sociais e educacionais, mas clientes afirmam que as verbas nunca foram liberadas. À EPTV, afiliada da TV Globo, a Meekah negou as acusações e disse ser vítima de “factoides e manifestações de ódio” (leia mais abaixo). Segundo o advogado que representa o cantor, Eli Soares fechou um contrato de prestação de serviços para uma consultoria na captação de recursos via Lei Rouanet, mas os prazos não foram cumpridos e os valores prometidos não foram pagos. "Depois de muita insistência e de vários e-mails e comunicações, foi feita uma ligação de vídeo onde foi prometido que seria feito o pagamento imediatamente, no mesmo dia, o que também não aconteceu. O primeiro pagamento aconteceu dois meses após essa ligação de vídeo e somente dois pagamentos foram feitos. Esses pagamentos não correspondem nem a 2% do valor do contrato", detalha Girundi. Cantor gospel Eli Soares não recebeu valores acordados com empresa, diz advogado Reprodução/EPTV Recebiam até R$ 10 milhões por mês Uma ex-funcionária, que preferiu não ser identificada, conta que a empresa lucrava muito. “R$ 6 milhões, R$ 4 milhões, R$ 10 milhões. Os valores eram altos, os valores de venda mensal. Eram as entradas, de vendas de R$ 2,5 mil, R$ 5,5 mil”. A mulher afirma ter trabalhado durante um ano como vendedora, mas ficou sem receber salários desde dezembro e, assim como outros colegas, foi demitida sem direitos trabalhistas em março. “[Não recebi] Nem o pagamento pelos meses que eu trabalhei”. A advogada Carolina Defilippi representa dez clientes que dizem ter saído no prejuízo e afirma que o serviço de assessoria para captação de recursos por meio de lei de incentivo existe, mas não da maneira exercida pela empresa. “Mesmo eles se propondo a ser um intermediário entre as pessoas que queriam esse recurso e o governo, eles jamais chegaram a, de fato, apresentar os projetos feitos pelos clientes. Esses projetos nunca foram inscritos para a Lei Rouanet e para o Proac”, diz Defilippi. Fachada do último endereço informado pela Meekah, em Campinas (SP) Reprodução/EPTV Investigação da Polícia Civil Diante da complexidade do caso e das pelo menos 30 pessoas que já registraram um boletim de ocorrência por estelionato, a investigação foi encaminhada aqui para a Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Campinas. Segundo o delegado da DIG, Luiz Fernando Dias de Oliveira, diante do inquérito policial, cabe aos investigados comprovar que o aporte de recursos realizado para as respectivas contas era decorrente de uma atividade legítima. "A partir do momento que você comprova que o aporte de recursos se deu de uma maneira ilegítima, criminosa, a gente pode vir a falar também na possibilidade de uma investigação pela lavagem desse capital. Mas o primeiro passo é a gente comprovar o crime, o que a gente chama de crime antecedente, ou seja, que essa vantagem econômica se deu de maneira ilícita", explica. Luiz Fernando Dias de Oliveira, delegado da DIG de Campinas Reprodução/EPTV Prejuízo e falta de respostas Junto ao marido, a assistente administrativa Sabrina Almeida contratou a Meekah em 2022 na tentativa de obter financiamento para a realização de um show. Em 2023, o casal recebeu a informação de que a verba havia sido aprovada e seria liberada nos meses seguintes, mas isso nunca aconteceu. “Pagamos o valor de R$ 5 mil para obter a verba de R$ 1 milhão para execução desse projeto. Desde então, já se passaram dois anos, não recebemos nada. Espero que alguma autoridade faça alguma coisa que pare eles, porque eles continuam agindo. Continuam fazendo vendas, continuam pessoas sendo enganadas, então espero isso, que a justiça seja feita”, lamenta. Muitos dos clientes conheceram a empresa pelas redes sociais, onde era anunciada a venda de consultoria para pessoas que quisessem buscar financiamento por meio de leis de incentivo fiscal. A assessoria também chegou a oferecer outros tipos de produtos, como compra da casa própria e financiamento estudantil. O que diz a empresa? À época em que o caso era investigado no 3º DP, os proprietários não depuseram sob a justificativa de que uma das sócias se recuperava de um procedimento médico. Na ocasião, um representante foi enviado à delegacia e garantiu que entregaria os documentos necessários. A EPTV entrou em contato com a empresa, mas não recebeu resposta sobre os questionamentos apresentados na reportagem. Em nota, contudo, a Meekah disse que “tem sido vítima de factoides e manifestações de ódio”. “A empresa tem sido vítima de factoides e manifestações de ódio de pessoas que se articulam produzindo boletins de ocorrência e fake news nas redes, com produção artística e ataques pessoais, objetivando chantagem e extorsão financeira”, diz o texto. Informou, ainda, que tem processado algumas das pessoas que estão promovendo a mobilização, e sido “atacada gratuitamente” por cumprir o papel social na cidade em parceria com organizações sociais. VÍDEOS: tudo sobre Campinas e região Veja mais notícias da região no g1 Campinas

FONTE: https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2024/04/23/cantor-gospel-eli-soares-esta-entre-vitimas-de-empresa-suspeita-de-usar-leis-de-incentivo-em-golpes-milionarios-diz-advogado.ghtml


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